Deus Existe!
Ou então não!

O facto de existir ou não é irrelevante. Ele, quer queiramos, quer não, existe para milhões de crentes e têm influência na vida de biliões de pessoas diariamente.
Pode-se argumentar que os crentes estão a acreditar em fantasmas. Que os crentes crêem em nada. Mas a verdade é que os escritos sagrados moldaram e continuam a moldar o mundo à nossa volta.

Mas, a existir, porque é que permite que se cometam tamanhas atrocidades e injustiças?

Bem, ninguém sabe. E nunca ninguém o saberá, uma vez que é impossível tentar sequer compreender um intelecto para o qual o mais brilhante humano seria menos que uma criança, muito menos entender os motivos e razões. No entanto há que relembrar que as atrocidades e injustiças são normalmente criadas pêlos próprios homens, que reclamam a justiça divina como forma de pôr nos eixos aquilo que eles próprios descarrilaram.

Nesse caso não seria uma atitude prudente, da parte de Deus, dizer “fizeram a cama, deitem-se nela!”. Afinal, se cada vez que as coisas dão para o torto houvesse um Deus que chegasse e pusesse tudo no lugar, a Humanidade não passaria do filho mimado que faz porcaria e os pais é que arcam com as consequências. Se calhar Deus, como qualquer pai, quererá que a humanidade cresça, e só se aprende a andar se se tiver disposição para cair e levantar as vezes que forem necessárias.

Neste mesmo sentido, Deus como pai dará as ferramentas para o crescimento, um conjunto de instruções morais. No entanto dá também o livre arbítrio, que permite escolher seguir essas instruções ou não.

Talvez por isto seja tão importante preservar a autoridade moral dos cultos, afastando-os da vida secular.
Se um qualquer culto estiver envolvido em assuntos mundanos, como a política, por exemplo, perde a autoridade moral para criticar esses assuntos, uma vez que aí haverá interesses claros por parte desse culto.
Se um culto assume a autoridade moral como autoridade legal, impondo assim uma lei e uma religião, estará a contrariar o motivo pelo qual foi dado o livre arbítrio. A salvação não se pode impor! Uma “salvação” não sentida plenamente pelo individuo, mas imposta pela sociedade, é uma falácia.

Da mesma maneira, tomar qualquer acção em nome de Deus é algo vão, porque nunca nenhum homem saberá qual a intenção de Deus. E Deus é todo-poderoso, pelo que a intervenção humana em seu nome não só é escusada como indesejável. Se Deus quiser alguém morto, tira-lhe a vida. Não precisa de um braço armado que o faça. A simples existência desse braço armado retira o poder e a força a Deus.

E se ele existe, a existir, todos terão de lhe prestar contas, mais cedo ou mais tarde, quer acreditem segundo um determinado credo, quer não acreditem de todo!

A justiça dos homens é para os homens. Nenhuma justiça dos homens poderá algum dia ser aplicada em nome de Deus, a não ser que se assuma que Deus não é afinal um deus!

2 comentários:

  1. Tem razão, quando defende que as atrocidades e injustiças são criadas pelos próprios homens mas, e as crianças, que mal fizeram? e porque têm que sofrer pelo mau comportamentos de adultos? E as doenças horrorosas que os assolam? E a fome e tanta coisa mais, onde está esse Deus que permite tanto sofrimento, ora por doenças, ora infligido por adultos? O livre arbítrio não se coloca a estes pequenos seres, penso eu. Quando se lê - deixem vir a mim as criancinhas - que se deve entender?

    Quanto ao ponto em que fala de cultos/religiões, continuo a pensaqr que só existem para beneficiar alguns e acarneirar muitos.

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  2. Dos males que fala, muitos deles poderiam ser controlados pelos homens. Basta quererem.
    Se os excedentes alimentares não fossem destruídos, e em vez disso fossem realocados, não haveria fome no mundo.
    Está nas mãos dos Homens controlar de maneira eficaz medicamentos que poderiam erradicar doenças permanentemente, mas cuja ganância pelo lucro faz com que não cheguem a certas áreas do globo.
    Esta nas mãos do Homem ter consciência do mal que faz.
    Está nas mãos do Homem criar um mundo melhor.
    Está nas mãos de cada um exigir um mundo melhor. Só se cada um exigir é que quem está em posições de decisão será forçado a ter uma atitude.
    Mas é mais fácil esperar uma intervenção Divina, não é? É mais fácil culpar que não tem culpa.
    A Humanidade só alcançará uma época dourada se tiver uma consciência de ouro.

    Os cultos são o que são. Deve-se olhar para eles com um sentido crítico, como para tudo. Mas na base de todos eles, ou pelo menos de uma grande maioria deles, estão as palavras que podem despertara consciência. Todos eles tem o poder de despertar o divino de cada um.
    Não que sejam, de todo, a única maneira de chegar ao Divino. Mas são, talvez, um caminho mais fácil.

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