Entropia.

A palavra vem do Grego “Entropêe”, que significa mudança.

Na física faz parte da Lei da Termodinâmica que afirma que quanto maior for a desordem num sistema, maior será a sua entropia.

A Entropia é irreversível. Se lançarmos ao ar um baralho de cartas, as cartas não tendem para se organizar no processo. É um processo natural. É a tendência de tudo, da ordem para o caos…
…mas, a ser assim, de onde vêm as doses maciças de organização que vemos à nossa volta?
Átomos que se transformam em estrelas que criam planetas que criam vida…
…estrelas que se organizam em galáxias, galáxias em grupos…
O Universo tende para a entropia. Um dia, a ultima estrela apagar-se-á e nada sobrará a não ser um infinito vazio.

Nada escapa à Entropia. Tudo nasce, envelhece e morre, organismos unicelulares, vírus, bactérias, fungos, plantas, animais, crenças, civilizações, tudo percorre o mesmo ciclo.
Por milhares de anos os Sumérios foram o pináculo da realização da humanidade, substituídos pêlos egípcios, substituídos pêlos gregos, substituídos pêlos romanos.

Inexoravelmente, o nosso modo de vida, a nossa civilização, pináculo da concretização, a nossa tecnologia, as nossas religiões, os nossos Deuses, tudo passará e não deixará senão pó e quem sabe alguns vestígios de que, em determinado ponto do tempo, nós existimos. Serão outros a achar-nos bárbaros e incivilizados, meramente porque os nossos costumes são distantes dos deles.

Mas não haverá nada que seja capaz de contrariar a entropia?

Imaginem, por um momento, uma sociedade em que ninguém quer nada e por isso todos estão dispostos a dar tudo. Onde as conquistas da ciência são partilhadas, onde o conhecimento não é estanque, onde o trabalho é valorizado sem ser pela função que se executa, onde a vida de cada um é vivida como cada um entende desde que não prejudique ninguém, onde todos trabalham em cooperação, sem invejas, ódios ou rancores, onde todos têm noção da importância da sua individualidade pelo contributo da mesma para a unicidade.

Imaginem, em contraponto, uma sociedade egoísta, em que se valoriza o que se tem e não quem se é, e por isso mesmo nada se partilha livremente, onde não há uma verdadeira cooperação, a não ser que seja absolutamente vantajoso para alguém, onde se escrutinam o modo de pensar, de sentir, de estar de cada um, mesmo que nada prejudique outras pessoas…

Qual destas duas sociedades têm maior chance de crescer e evoluir de uma forma sadia?

Qual destas se parece mais com a nossa?

A primeira é uma utopia, uma sociedade de Amor, que cresce pela partilha, de bens, de ideias, que não deixa ninguém para trás, nem ninguém excluído.

A segunda é a mais parecida com a nossa.

O Amor parece ser a única força no universo capaz de contrariar a entropia.

O Ego é a única coisa que nos separa do Amor. Cada um pode contribuir para uma sociedade melhor. Basta pôr de lado o Ego e ajudarmos os outros como pudermos. E isto não passa por coisas muito complicadas, se pensarmos bem. Bastará, se calhar, ajudarmos alguém que nos atende a executar a sua tarefa sendo delicados, dar um sorriso a quem se cruza connosco, entender que um gesto irado na nossa direcção pode ser consequência de algo que existe na vida da pessoa e não de algo que tenhamos feito.

Se não formos capazes de o fazer, a nossa civilização ruirá, como os grandes impérios da antiguidade.

É, cada vez mais, urgente passar da sociedade do ego para uma sociedade de Amor.

6 comentários:

  1. Olha (.) na minha terra quando nos fazem rir dizemos - és um ponto pá (cómico)- Mas que era lindo, lá isso era. Quem sabe um dia...

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  2. Mas assumo ser apenas e só isso, um ponto.
    Não sei é se terei assim tanta piada...
    ...mas se riste, foi bom dar um colorido de alegria ao dia!
    Era e será, se não nos dizimarmos entretanto. Somos uma espécie esperta, a tender para o inteligente. Quando verificarmos, de facto, que a cooperação, quando interactiva, tem sérias vantagens para todas as partes envolvidas (menos para os que estão nos conselhos de administração dos grupos que gerem as multinacionais que gerem as grandes empresas) teremos tendência a afastar-mo-nos de modelos de posse de algo que não é nosso, já existia antes de nós e continuará a existir depois de sairmos deste lugar no espaço e no tempo, para modelos de partilha de recursos.
    É que as guerras vão sendo cada vez mais caras e insustentáveis. E o orçamento de estado dos EUA para um ano daria para resolver de forma permanente o problema da Amazónia.
    Mas, se não formos inteligentes o suficiente para perceber, o planeta acabará por nos fazer perceber à força. Quando a situação do planeta for insustentável para nós (sim, porque para o planeta somos um problema pequeno e momentâneo - nós é que teremos as malas aviadas no comboio da extinção ou, pelo menos, queda da civilização até um ponto em que todas as maravilhas tecnológicas que vivemos não serão mais do que lendas para os sobreviventes) teremos que dar uma resposta sob perigo de extinção.

    E isto, por acaso, lembrou-me algo...

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  3. Eu cá acho, que estamos mais para o intelijumentos, ou não precisaríamos cair para depois levantar, se é que nos levantaremos.

    Fico à espera do "algo" e não é ferrero, juro :-)

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  4. A primeira é uma Utopia...mas, na imensidão do universo, haverá com certeza uma sociedade dessas e é para lá que escolho ir na minha próxima existência...
    Só o Amor vale a pena!
    E de repente lembrei-me Valentine Michael Smith, conhece?

    Welcome again Mr Dot :)

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    1. É uma utopia sim...
      ...mas já ouviu falar das comunidades Unbunto? Pequenas comunidades em que tudo funciona normalmente, mas onde há quintas comunais, fabricas comunais e em que quem assim o desejar pode executar trabalhos que são remunerados numa moeda à parte, meramente local e que serve somente para adquirir os bens comunais. Por exemplo, um médico poderia, para além do seu horário de trabalho normal, fazer mais uma ou duas horas remuneradas com esta moeda que, basicamente, paga os serviços comunitários.
      Esta moeda seria depois valida em todos os negócios que a ela desejassem aderir, adquirindo bens a preços justos, uma vez que provem de trabalho comunitário e não estão sujeitos às flutuações de mercado.
      Os excedentes poderiam ser vendidos em mercados tradicionais ou trocados pelos excedentes de outras comunidades.

      Vai havendo cada vez mais comunidades destas, espalhadas pelo mundo. São economicamente vantajosas para as pessoas nelas envolvidas, uma vez que os preços dos bens não provém de uma lógica de lucro.

      Há, portanto, quem já caminhe na direcção certa...

      Sim, o Amor com "A" maiúsculo :)

      O personagem que, há uns anos atrás, esteve para ser interpretado por Tom Hanks, quando esteve em cima da mesa fazer o filme.

      Já agora, sabia que está em produção uma série pelo canal ScyFy? Será que finalmente Valentine Michael Smith vai chegar aos ecrãs (e muito provavelmente ser uma desilusão absoluta se se desviar do original)?

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