Não era para me referir ao festival da Eurovisão, simplesmente porque não é assunto que me interesse.
Mas, tendo já acabado, posso pronunciar-me.


Não vou falar da canção de cá, nem das outras canções a concurso, das eliminatórias...


Nem sequer vou falar da música vencedora. A musica é o que é, gostos são gostos, e a votação não é uma avaliação objectiva.


Mas vou comentar apenas para dizer que é uma tragédia a música vencedora ser de Israel.


Uma tragédia porque o primeiro ministro Israelita veio logo a seguir à vitória para o twitter a dizer "Para o ano que vem em Jerusalém!"


E isso preocupa-me!


Não há inocentes na situação Israel/Palestina. Israel é um estado criminoso à luz do direito internacional (surpreende-me que ainda não tenha sido invadido pêlos Estados Unidos, sempre tão prontos a invadir quem sai da linha e não tem as costas quentes pela Rússia ou a China), os Palestinianos são culpados de terrorismo! Não há, nem pode haver, justificações para nenhum dos lados.


Podemos olhar para a questão pelo lado dos Palestinianos:


-Israel não deveria ser um estado Judaico, mas sim Hebraico! Sendo um estado Hebraico teria de ser dividido pelas 12 tribos de Israel (sendo que apenas os Judeus, descendentes de Judá, praticavam o Judeísmo, tendo as outras tribos outras formas de culto) pelo que, do território reclamado, apenas um duodécimo seria para o povo Judeu.


-Os Judeus que voltaram para Israel não são os que saíram de Israel. Mas já falei aqui extensamente disso e de porque é que os Arabes gracejam dizendo que os Judeus saíram de lá pretos mas voltaram brancos!


Podemos olhar pelo lado dos Israelitas:


-Passam a vida a receber ameaças


-O cidadão comum, que apenas quer viver a sua vida em paz, Apenas não quer ficar feito em pedaços quando vai beber um café ou comprar pão


Mas temos de olhar, não para os motivos, não para as justificações, não para a história, mas para o aqui e agora. E no aqui e agora Israel é um estado opressivo que está a executar um genocídio, não só pondo o seu exercito a atacar populações civis, mas negando o acesso à liberdade de movimentos, apropriando-se das terras e casas onde famílias vivem à gerações, expulsando-as, negando o acesso a comida, a água potável ou a qualquer hipótese de pessoas da etnia palestiniana poderem ter uma vida condigna, e não deixando os refugiados retornar às suas casas.
O estado de Israel criou um Appartheid pior que o da Africa do Sul. O estado de Israel está a infligir um Holocausto maior do que aquele de que foi vítima aquando da segunda grande guerra (não deixa de ser, no mínimo, irónico - talvez seja a prova de que Deus tem um refinado sentido de humor)


Dado todo este quadro e o clima de guerra permanente, e tendo em conta de que Israel, tal como a Austrália, não fica na Europa, tendo em conta que realizar a Eurovisão em Israel pode ter fortes repercussões politicas, Tendo em conta a segurança das delegações e dos que quererão ir lá assistir ao vivo, Israel devia ser forçado a escolher uma cidade EUROPEIA onde realizar o festival. Caso isso não fosse de todo possível - e Israel não quererá fazê-lo, uma vez que vai querer projectar-se internacionalmente - Nunca deveria ser feito em Jerusalém.


Mas a ser feito, nos modelos que eles querem fazer, sou da opinião que Portugal (e a Europa) deveria simplesmente tomar uma posição e boicotar o festival.


Pode ser apenas um festival de música. Mas os valores humanos são muito mais importantes que o festival!

4 comentários:

  1. Aplaudo de pé. Boicote, sem mais conversas, pelo bem maior que é a vida.


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    1. Podes aplaudir sentada... (estar de pé cansa e o resultado final é o mesmo)

      Se concordas, partilha!

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  2. Concordo plenamente e obviamente que partilho!

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    1. Só espero é que quem está em locais de decisão, quer acerca da localização, quer acerca da participação ou não dependendo do local, também concorde - ou por outra, que pense da mesma maneira que este texto é só uma voz de burro e, como se sabe, não chegam aos céus...

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