Ainda acerca da verdade, de uma perspectiva não religiosa, qual o impacto que esta tem na vida do dia-a-dia?

A Física explica-nos que o observador, cada ser consciente que existe, está sempre no centro do Universo possível de observar. Cada ser é o centro do seu próprio Universo porque apenas o pode observar a partir do seu ponto de vista.

Da mesma maneira, cada ser consciente é o centro da sua própria verdade, porque apenas pode entender plenamente a sua verdade. Acreditar noutras verdades é uma questão de experimentação, caso em que as verdades externas passam a integrar a sua própria, ou de confiança, onde se pode integrar também a fé, em que se acredita porque se confia na fonte de uma determinada informação.

Não será portanto estranho que uma quebra de confiança possa ser encarada como uma traição. No entanto será difícil, senão mesmo impossível, compreender o que levará outro ser a tomar algumas atitudes. Muitas vezes aquilo que parece uma traição não o é, é apenas resultado de conjugações de factores, muitas vezes até alheios ao outro, que se interpõem. Factores esses que até podem ter raízes num passado distante.

Quando duas verdades pessoais chocam, raramente alguma das partes consegue ver a verdade absoluta, saber tudo o que está por detrás das reacções do outro. 

A não compreensão produz um mau estar, uma sensação de desconfiança e traição. Mas será que alguém pode afirmar que as suas razões são mais validas do que qualquer outra?

Será que a verdade de alguém se pode sobrepor à verdade de outros?

Não serão os sentimentos e vivências um filtro que não permite chegar a uma verdade absoluta, deixando apenas a verdade pessoal, incompleta, obtida através da experimentação e da crença, como a única possível?

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