Mas o que é então um artista?

Um criador?
Um veículo?
Um interpretador de uma realidade?

Seria talvez melhor começar por definir o que é a arte!

Na organização mais consensual, a Música aparece, sem grandes surpresas em primeiro lugar. Talvez pêlos motivos referidos mais atrás.
Depois, em segundo lugar vêm as artes cénicas, como o Teatro e a Dança, reinterpretações estilizadas de realidades concretas ou ficcionais.
Em terceiro vem a Pintura, mais realista ou abstracta, mas sempre uma representação visual de algo.
Em quarto vêm a Escultura, tal como a pintura mais realista ou abstracta, sempre uma representação visual, mas num plano tridimensional.
Em quinto lugar vêm a Arquitectura, se calhar a única arte em que a função é tão importante como a forma.
Em sexto vem a Literatura, arte somente de palavras. A única arte em que a visualização do conteúdo apenas se dá a um nível mental, havendo por isso tantas interpretações quantas as pessoas que entrem em contacto com ela.
A sétima arte, o Cinema, que é basicamente a integração de todas as artes anteriores e posteriores.
Há depois mais artes, sendo a oitava a Fotografia, a nona a Banda Desenhada, a décima os Jogos de computador e a décima primeira a fotografia digital.

No fundo, todas as artes são representativas de algo. As artes, como a experiência humana, evoluem consoante a evolução da sociedade. A história da arte é indissociável da história da humanidade e a sua evolução é representativa da evolução e dos valores das sociedades onde a arte é produzida.
Haverá então alguma originalidade na arte, para além da unicidade da visão artística que leva à sua criação?

Poderá alguém criar algo completamente extemporâneo e independente?

E, caso haja peças de arte extemporâneas e independentes, poderão ser entendidas por alguém além do seu criador?

O manuscrito de Voynich é um livro ilustrado e incompreensível feito há cerca de 600 anos.
A língua em que está escrito tem resistido a todas as tentativas de decifração, as imagens não se relacionam com nada que se conheça.
Há varias teorias acerca da origem do livro, mas tudo acerca dele permanece inexplicável!
Será este livro uma obra de arte única, no sentido de não ser representativa de nada?



2 comentários:

  1. É uma excelente pergunta essa se o que criamos é realmente “inovador”…

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  2. Nunca é.
    We are all standing in the shoulders of giants.

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